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  • A Herança Sefardita no Porto.

    admin

    01 Junho 2020

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    A história do povo judeu em Portugal (como no resto da Península Ibérica) provavelmente remonta à primeira diáspora, ou exílio, do povo de Israel e Judá, cerca de 586 a. C., aquando da invasão do reino por Nabucodonosor II (Imperador da Babilónia).

    “Não falta quem identifique a mítica Társis, onde Salomão mandava procurar as fabulosas riquezas que a Bíblia lhe atribui (1 Re. 9, 26-28) com a Tartessos no sul da Espanha, onde se teria afirmado a colonização fenícia. Também o profeta Abdias, no séc. VI a.C., fala dos judeus deportados em Sefarad* (Abd. 20).”

    *Sefarad = Ibéria

    Bandeira
    Bandeira de Israel

    A segunda diáspora ocorre já em 70 d. C., com a destruição de Jerusalém pelos romanos, dividindo novamente o povo judeu pelas comunidades da Europa do Leste, conhecidos como os Ashkenazi, e pelas do norte de África e Península Ibérica, conhecidos como os Sefarditas.

    Os Sefarditas estabeleceram-se prosperamente em Portugal entre os séc. V e XV e perduraram em segredo até aos dias de hoje, tendo contribuído fortemente para o desenvolvimento social, económico e cultural daquilo que viria a ser Portugal. Um dos polos mais importantes da presença judaica no País situava-se na linha do rio Douro, entre Lamego e o Porto.

    O Porto teve, não uma, mas várias judiarias ao longo da história, sendo que a primeira, do séc. XII, situava-se junto à Sé, na atual rua de Santana.

    Outra judiaria conhecida era a da zona do Mercado Ferreira Borges, situando-se a sinagoga na atual rua do Comércio do Porto.

    Finalmente, a “última” judiaria conhecida, já no período de D. Manuel, antes da expulsão ou conversão forçada dos judeus, conhecida como judiaria do Olival, subia da zona de Miragaia até ao Mosteiro de S. Bento da Vitória, que era o local de outra sinagoga da cidade.

    Com a expulsão dos Sefarditas, muitos aventuraram-se nas naus e caravelas que zarpavam com regularidade do porto da Alfândega para o Novo Mundo, tendo fundado, entre outras, a primeira comunidade judaica nos EUA em meados do séc. XVII, em Nova Amesterdão, atual Nova Iorque.

    Escadas Monte dos Judeus
    Escadas Monte dos Judeus
    Escadas da Esnoga (Escada das Verdades)
    Escadas da Esnoga (Escada das Verdades)

    Apesar de secretamente, a comunidade judaica do Porto subsistiu, até aos dias de hoje, principalmente na zona da Boavista, perto do Jardim Botânico, onde, graças à forte contribuição de um convertido português, Artur Barros Basto, em plena II Guerra Mundial, foi financiada e construída a mais recente sinagoga do Porto, Kadoorie Mekor Haim, fruto do especial cooperação dos Kadoorie, nome atribuído aos Judeus oriundos de Macau, na China.

    Sinagoga Kadoorie Mekor Haim
    Sinagoga Kadoorie Mekor Haim

    A cidade do Porto representou, de diferentes maneiras, um bastião de esperança para a comunidade Judaica. Se desejar conhecer mais sobre a presença hebraica em Portugal, teremos todo o gosto em acompanhá-lo! Reserve já!